O uso de Cannabis tem sido estudado por pesquisadores de diferentes áreas, inclusive, muito tem sido falado sobre as diversas finalidades medicinais. Embora, em alguns dos casos, as pesquisas tratam somente de algumas das substâncias da planta como os CBDs, essa é a mesma planta que é usada para fins recreativos, a maconha. Assim como qualquer outra planta, a Cannabis tem diversas substâncias que podem ser encontradas na fibra, folha, flor, caule e etc. Justamente por isso acaba havendo uma confusão entre os termos Cannabis e Maconha, mas é a mesma planta. Sobretudo, hoje queremos destacar aqui neste texto, as recentes descobertas do poder da planta para finalidades sexuais.
Um projeto para mulheres sobre o uso da maconha para fins sexuais
Um estudo feito pela sexóloga americana Ashley Manta em 2020, descobriu que a maconha aumenta a libido e a chance de orgasmo. Filósofa e sexóloga que estuda há 12 anos o tema,ela criou o projeto CannaSexual que tem por objetivo ensinar sobre o uso da maconha para o prazer sexual.
Em uma entrevista feita pela Metrópoles, a pesquisadora afirma que fumar maconha ajuda mulheres a terem menos dores em relações sexuais, aumento na vontade de transar e pode dobrar as chances de atingir o orgasmo, isso em comparação aquelas que não faz o uso da erva. Ela destaca que não é sobre endoidar e se jogar na cama, mas sobre conhecer o próprio corpo e a sexualidade.
Maconha pode interferir na vida sexual de homens e mulheres
Além da pesquisa realizada por Ashley, um estudo feito pela Escola de Medicina da Universidade de Stanford analisou como o uso da maconha e a frequência sexual de americanos se relacionam. Os pesquisadores de Stanford encontram uma associação positiva entre a frequência do uso de maconha e a frequência das relações sexuais. Observaram uma tendência que se aplica a ambos os sexos, todas as etnias, níveis de educação, faixa de renda e religião. Embora o estudo seja visto como algo positivo, eles destacam que não foi feita uma análise de forma científica sobre o uso da maconha em grande escala.
“Mas, apesar do crescente status da maconha como droga recreativa, seu status como droga procriativa permanece ambíguo: por um lado, há relatos de disfunção erétil em usuários pesados e estudos rigorosos descobriram contagens reduzidas de espermatozoides em homens que a fumam; por outro lado, experimentos conduzidos em modelos animais e humanos indicam que a maconha estimula a atividade em regiões do cérebro envolvidas na excitação e atividade sexual.”
Como foram feitas as pesquisas?
Reunimos aqui dados de pesquisas feitas com homens e mulheres. Entretanto, somente a pesquisa de Stanford que foi publicada em 2017 coletou dados de ambos. Enquanto que a entrevista com a sexóloga Ashley Manta, publicada em 2020 teve foco no projeto para mulheres. Além desses, houve um estudo publicado também em 2020 pelo Sexual Medicine Open Access realizado de forma anônima e online por 452 mulheres.
Os dados obtidos no estudo da sexóloga
O estudo feito por Ashley, analisou entrevistas com 373 participantes que usavam e não usavam maconha, os questionários foram anônimos. O resultado: 127 mulheres que relatam o consumo de maconha antes do sexo, confirmaram influenciou positivamente a experiência, inclusive com mais intensidade de orgasmos, menos dor, mas sem alterações na lubrificação vaginal.
Inclusive, é destacado no que se refere ao orgasmo, o motivo é simples, uma vez que o uso da maconha reduz a ansiedade, o estresse e a inibição. Logo, há chance desse prolongamento das sensações de prazer, o aumento da confiança e até mesmo o desejo de experimentar novas sensações, e a intensificação dos sentidos.
“Manta sugere que a maconha ativa os neurotransmissores ligados ao prazer. “Essa relação, no entanto, precisa de outros estudos para ser comprovada cientificamente”, frisa. Os benefícios dessa erva milenar incluem ainda o aumento da libido, segundo a sexóloga.”
Os dados obtidos pela Universadade de Stanford
Já no caso dos pesquisadores de Stanford, eles compilaram respostas de um questionário de todos os anos desde 2002, quando a pesquisa iniciou a coleta de dados de homens e mulheres. Os dados são referentes à entrevistados com idades entre 25-45. Ao todo, obtiveram informações de 28.176 mulheres com idade média de 29,9 anos e 22.943 homens com idade média de 29,5 anos. Nesses dados, eles avaliaram os padrões autorrelatados de uso de maconha desses indivíduos durante o ano anterior e a frequência autorrelatada de relações heterossexuais nas quatro semanas anteriores.
“Cerca de 24,5% dos homens e 14,5% das mulheres na análise relataram ter usado maconha, e houve uma associação positiva entre a frequência do uso de maconha e a frequência das relações sexuais. Essa relação se aplicava a ambos os sexos: as mulheres que negaram o uso de maconha no ano passado, por exemplo, fizeram sexo em média 6,0 vezes nas quatro semanas anteriores, enquanto esse número era 7,1 para usuários de maconha diários. Entre os homens, o valor correspondente foi de 5,6 para não usuários e 6,9 para usuários diários. Em outras palavras, os usuários de maconha estão fazendo cerca de 20% mais sexo do que os abstêmios, observou Eisenberg. Além disso, disse Eisenberg, a associação positiva entre o uso de maconha e a frequência do coito era independente do estado demográfico, de saúde, conjugal ou parental.”
Dados obtidos da recente pesquisa do Jornal de Medicina Sexual
Além desses 2 estudos apresentados no texto, uma pesquisa que foi publicada em julho de 2020 no Sexual Medicine Open Access, (o Official Journal of The International Society for Sexual Medicine ) também buscou entender as relações entre a Cannabis e a melhora da vida sexual das mulheres. Foi feita uma análise online e anônima das respostas de 452 mulheres adultas que usam maconha.
Tiveram uma amostra que resultou em 72.8% das mulheres que relataram fazer uso da maconha pelo menos 6 vezes por semana. Dessa amostra descobriram que foi o grupo que teve maior indice de prazer nas relações sexuais. Nesse estudo, houve a seguinte conclusão: “O aumento da frequência do uso de maconha está associado à melhora da função sexual entre usuárias do sexo feminino, ao passo que forma de consumo, o método e a razão do uso não afetam os resultados”.
Conclusão:
Embora ainda haja o proibicionismo em alguns lugares (como o Brasil), a sociedade está caminhando e desenvolvendo pesquisas sobre o uso da Cannabis para diversas finalidades. Sobretudo, no que se refere ao uso da planta para fins sexuais, aparentemente nos 3 estudos as conclusões foram positivas. De acordo com Ashley, o sexo com ou sem Cannabis, pode variar de pessoa para pessoa, mas em termos gerais os estudos indicam mais excitação com o uso.
E aí qual a sua opinião sobre isso?
Fonte:
https://www.ashleymanta.com/cannasexual
https://med.stanford.edu/news/all-news/2017/10/regular-marijuana-use-linked-to-more-sex.html
https://www.smoa.jsexmed.org/article/S2050-1161(20)30086-6/fulltext#relatedArticles