DO LUGAR DE MACONHEIRO AOS MOVIMENTOS SOCIAIS: ENTENDA O QUE VEM LEVANDO A QUEDA DESSE ESTEREÓTIPO

Foto: Rogerio Von Kruger / Divulgação

 Trazendo para o cotidiano "maconheiro", representa nada mais do que um padrão que a sociedade construiu, diante ao preconceito. Preguiçosos, drogados, desocupados. As barreiras impostas no passado, impediram por muito tempo que as pessoas pudessem falar sobre o tema, que se aproximassem para entender mais sem o fardo dos julgamentos.

Em meio a luta por avanços da Cannabis no setor medicinal, político e econômico, podemos ver uma nova estrutura se consolidando.

Confira as razões que explicam a queda desse estereótipo:

 

Novas abordagens de "Ativismo Canábico"

Os movimentos sociais evoluíram adotando uma ampla gama de táticas e abordagens chamando a atenção para suas causas. Em vez de se concentrarem apenas em protestos ou ações mais radicais, muitos ativistas têm adotado estratégias inovadoras, como a criação de campanhas nas redes sociais, a organização de eventos educacionais e a colaboração com organizações e instituições estabelecidas.

Essas abordagens mais amplas e inclusivas têm ajudado fortemente a afastar os estereótipos negativos. A Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal (AMA+ME) é um nome importante no ativismo do Brasil, reunindo pacientes e colaborando com universidades e pesquisas na área de Cannabis medicinal com foco no controle adequado e baixo custo.

Outras associações como: Associação Brasileira de Cannabis Medicinal e Esperança (Abrace), Associação de Apoio à Pesquisa e a Pacientes de Cannabis Medicinal), Associação Cultural Canábica e a  Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis (SBEC) tem sido elementares para uma nova contextualização.

 

Ampliação da base de apoio

À medida que os movimentos sociais ganham mais visibilidade e apoio, suas bases de apoio também se ampliam. Isso inclui pessoas de diferentes origens, idades, ocupações e ideologias políticas. Ao reunir uma diversidade de pessoas sob a mesma causa, os movimentos sociais conseguem desafiar os estereótipos preconceituosos e mostrar que não se limitam a um único grupo.

Como parte desse cenário, podemos ver figuras públicas mostrando os seus rostos e deixando claro a sua convivência com a erva como é o caso do famoso ator global aposentado e agora ativista canábico, Ricardo Petraglia, que deu a seguinte declaração recente: "Na TV eu vendia sabão, agora vendo maconha". O artista planta legalmente a erva no seu sítio e é considerado hoje um dos fortes defensores do uso medicinal, onde foi atração principal em 2021 da Cannabis Affair, o maior evento brasileiro dedicado à maconha. (Citação/fonte: Jornal O Globo)

 

Abertura para narrativas mais complexas

À medida que os movimentos sociais aumentam nos meios de comunicação e na cultura popular, maior é o interesse das pessoas em compartilhar suas histórias e os desafios que enfrentam, levando a uma maior compreensão pelo público. Isso ajuda a criar uma imagem mais complexa e humana dos ativistas, afastando estereótipos simplistas e negativos que eram comuns anteriormente.

Outro fator que tem colaborado para a introdução de narrativas mais complexas, é o aumento de estudos que explicam a queda desse estereótipo. Uma pesquisa realizada no Reino Unido no final do ano passado, onde pesquisadores da Universidade de Cambridge (cientistas das áreas de neurociência, psiquiatria e psicologia) chegaram a comprovação com base na ciência que o estigma de "maconheiro preguiçoso" é um mito, pois a substância não impacta a força de vontade para atividades cotidianas. A pesquisa foi publicada na revista científica `International Journal of Neuropsychopharmacology' e teve bastante repercussão, ajudando a endossar na luta pela extinção desse tabu.

 

Concluindo...

A desconstrução dos estereótipos associados a maconha começa conversando com a própria família, da forma como levamos os nossos hábitos e vida. A Slow incentiva um debate saudável, produtivo e cada vez mais contínuo do tema entre a sociedade, evidenciando que cada um pode escolher ser o que quiser.

Nada nem ninguém pode te resumir ou definir! Sigamos firmes na luta!